sexta-feira, 1 de abril de 2011

Preparação para a Travessia dos Fortes inclui até piscina gelada

Brasileiro enfrenta água a 9 graus centígrados em Londres-ING

Por GLOBOESPORTE.COM

Já imaginou se aventurar em uma piscina gelada com água a 9 graus centígrados e temperatura ambiente de 7? Foi dessa maneira que o brasileiro Fernando Farah terminou sua preparação para a Travessia dos Fortes, prova de maratona aquática que vai acontecer no próximo domingo na Praia de Copacabana. Ele começou a treinar no mês de dezembro, em Londres, em água não aquecida, e gostou da ideia. No início era ainda pior, já que era inverno na Inglaterra, e os treinos eram sob neve intensa.
- Aquela sensação que o carioca só sente quando pega aquela cerveja lá embaixo do isopor é a sensação que você sente no corpo todo. Mas acostuma - explica Farah em entrevista ao Jornal Nacional.


Gelo chegou a tomar conta das piscinas durante o inverno em Londres

Mas Farah, que treina até ficar com as unhas escuras, não é o único na aventura. Na Inglaterra, é tradicional as pessoas nadarem em rios de água gelada. Além disso, o brasileiro chamou amigos para treinarem com ele para a disputa em Copacabana. O médico João Felipe França explica como é possível o corpo aguentar exercícios em temperaturas tão baixas
- Imagino que esses nadadores tenham um percentual de gordura um pouco mais elevado que em geral e, por isso, são mais beneficiados por essa camada isolante térmica.
Por conta da temperatura de 15 graus, Poliana Okimoto, tricampeã da Travessia e uma das favoritas ao título desta edição, passou mal, teve câimbras, hipotermia e abandonou a disputada maratona aquática do Pan-Pacífico, em Long Beach, na Califórnia, no dia 22 de agosto.
- Eu tive que sair passando muito mal, sem sentir meu corpo e meus músculos - disse a nadadora.
Em Copacabana, a temperatura deve ficar em torno dos 22 graus, e os amigos até reclamam da água quente. Se concuírem a prova, já têm até uma promessa: feijoada no almoço e depois um banho bem gelado no hotel. A Praia de Copacabana é democrática: recebe inúmeras tribos, gente de vários lugares diariamente. Neste domingo, então, nem se fala. A Travessia dos Fortes, maior maratona aquática da América Latina, vai reunir dois mil atletas de diferentes gerações, famosos e desconhecidos, profissionais e amadores.
O humorista Hélio De La Peña é a cara mais conhecida na Travessia dos Fortes. Ele gosta da sensação boa da competição e, principalmente, dos benefícios que a prova traz para a sua vida. Segundo ele, nadar é o segredo para se manter saudável, já que treina sempre com um personal trainer.
- Coloquei na minha cabeça que o bom seria fazer a travessia, que eu achava uma coisa impossível de se realizar. Então, procurei um personal - disse Hélio, que vai participar do evento pela terceira vez.
No ano passado, o humorista finalizou a prova, na sua categoria Master, acima dos 50 anos, em 60º lugar entre 117 concorrentes. No melhor estilo “Casseta e Planeta”, Hélio conta que o maior desafio não é completar o trajeto de 3,5km, mas sim entrar no mar ao mesmo tempo com os demais concorrentes.
- Tenho que tomar cuidado para não tomar um chute na cara.
Para Marcus Mattioli, no entanto, o principal obstáculo é o grupo de elite. Bronze nas Olimpíadas de Moscou-1980, no revezamento 4x200m livre, ele vai disputar a prova na categoria principal, junto com favoritos Luis Rogério Arapiraca, Alan do Carmo e Samuel de Bona. Único medalhista olímpico na competição, ele sabe da responsabilidade e, por isso, tem treinado oito vezes por semana.
- Por ser uma competição de média distância, é preciso manter um ritmo intenso até o final da prova. São quase 40 minutos de um aeróbico fortíssimo - declarou Marcus, que em 2007 ganhou a Travessia dos Fortes na classe Faixa Etária, acima dos 45 anos.
Leoni, por sua vez, vai nadar bem tranquilo. Mais jovem entre os participantes, com apenas 14 anos, ele vai competir pelo simples prazer de estar ao lado do pai Lenilson, da mãe Leila e da irmã Letícia. O esporte entrou na vida dos Fonseca como recomendação médica. Após quebrar o braço, em 2009, o menino foi orientado à pratica. Hoje, a natação virou programa de família.
- Começamos a nadar para incentivar o Leoni e não paramos mais. Vai ser uma alegria nadarmos todos juntos a Travessia dos Fortes. Ano passado, ele nadou sem se inscrever. Era muito novo e não era permitido. Será a estreia dele inscrito - contou a mãe.
Enquanto o mais jovem estreará oficialmente na Travessia dos Fortes, Saul Birman, engenheiro aposentado de 77 anos, participará do evento pela terceira vez seguida. Morador de Copacabana, ele adora disputar a prova.
- Há dois anos, disputo a travessia e ganhei as duas vezes. Eu adoro esse clima. O pessoal que nada forma um ciclo de amizade, o que é importante - comentou ele, que é recordista sul-americano em sua faixa etária nos 50 metros borboleta em piscina olímpica.
 

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