quinta-feira, 7 de abril de 2011

Gosto por 'adrenalina' leva Duda Yankovich ao MMA, em carreira paralela ao boxe

Maurício Dehò

Duda Yankovich foi a primeira pugilista a levar a bandeira brasileira ao topo do boxe feminino, com seu cinturão mundial na categoria meio-médio ligeiro. Mas, nos últimos dois anos, a sérvia radicada no Brasil viu sua carreira em tempos de dificuldade, com suas duas primeiras derrotas. Experimentando uma nova vida, Duda tenta em 2011 a volta por cima, e com uma novidade: acrescentou o MMA à extensa lista de lutas que pratica, faltando só a data para poder estrear na nova modalidade.
A lutadora se mudou de São Paulo para o Rio de Janeiro, e já avança nos treinos da nova modalidade, que virou febre nos últimos anos. Um recomeço em que não se esquece do boxe, que a projetou em nível nacional.
“Meu mundo sempre foi o boxe, o auge do meu sucesso foi lutando boxe. Então vou continuar, mas nada me impede de buscar o sucesso em outra modalidade”, explica ela, detalhando a nova paixão.
“Eu gosto de desafios, coisas novas, adrenalina. Tem isso e o fato de o MMA hoje estar sendo levado muito mais a sério no Brasil. Os empresários são mais corretos e, é claro, paga-se mais”, afirmou a veterana de 34 anos.
Toda a rotina de treinos se modificou para Duda, que agora passa por uma gama muito maior de artes em sua preparação. Jiu jitsu, wrestling, grapling, muay thai. Todas são palavras novas em seu vocabulário.
O detalhe é aprender primeiro a base de cada modalidade, para depois conseguir aplicar os novos conhecimentos especificamente no MMA. Os conselhos em cada sessão são de especialistas, já que nomes experientes como Anderson Silva e Rafael Cavalcante, o Feijão, estão entre os lutadores que frequentam sua academia.

"Eu gosto de desafios, coisas novas, adrenalina. Tem isso e o fato de o MMA hoje estar sendo levado muito mais a sério no Brasil. Os empresários são mais corretos e, é claro, paga-se mais"
Apesar de a preparação já estar avançada, ainda não há previsão para uma estreia, segundo a lutadora, até por seus compromissos no boxe. “Ainda não sabemos, porque não depende só de mim, mas de todo um time de pessoas à minha volta. O momento de estrear será uma decisão de todos nós”, disse ela, que treina MMA sob a batuta de Josuel Distak.
Duda tem compromisso no fim do mês, quando tenta se recuperar de suas derrotas. No quadrilátero, a sérvia não ganha desde abril de 2008, quando bateu Darys Pardo por pontos, em São Paulo. Depois, contra as rivais mais qualificadas de sua carreira, ela subiu de categoria e foi nocauteada por Holly Holm nos EUA, e em seu peso perdeu para Esther Phiri, na Zâmbia, em maio passado.
Agora, o desafio é contra Anne Sophie Mathis, francesa que só tem uma derrota no cartel e está invicta desde sua segunda luta na carreira, em 1995. Resta esperar para saber se será um combate para embalar na estreia no MMA, ou um adeus dos ringues de boxe para um novo começo dentro do octógono.
Amante das lutas
O mundo das lutas é o lar de Duda. Tudo começou aos 11 anos, quando ela passou a praticar o caratê e chegou à faixa preta, ainda na Sérvia, logo aos 14. Vice-campeã europeia, ela encarou o desafio de tentar o kickboxing e faturou campeonatos nacionais na modalidade.
Nesta especialidade, ela veio ao Brasil em 1998. Com a intensa guerra em seu país, acabou resolvendo se mudar para o país sul-americano e adotou a nacionalidade brasileira, iniciando no boxe em 2002, primeiramente como amadora e em seguida entrando no profissionalismo.
Sua estreia foi em 2005, subindo ao título da Wiba (Associação Internacional de Boxe Feminino) em 2006, na sua sétima luta, quando derrotou Darys Pardo por pontos, em São Paulo, na categoria meio-médio ligeiro. Hoje, o cartel de Duda totaliza 13 lutas, com 11 vitórias, sendo cinco por nocaute, e duas derrotas.

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